À PF, enfermeira diz que emprestou senha para exclusão de registro de vacinação de Bolsonaro
- Reinaldo Stachiw
- 15 de mai. de 2023
- 2 min de leitura
Uma enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, confirmou à Polícia Federal (PF) que emprestou a senha para um secretário do município apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A informação foi divulgada pela Folha de São Paulo e confirmada pela TV Globo. Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, chefe da central de vacinação de Duque de Caxias, disse em depoimento à PF ter emprestado sua senha para o secretário de governo do município, João Carlos de Sousa Brecha, apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a Folha, Cláudia afirmou que não recebeu os CPFs de quem teria o registro excluído, que não viu “má-fé” no pedido do secretário e que o ajudou a pedido de sua chefe, a secretária de Saúde, Célia Serrano.
Cláudia foi um dos alvos da operação Venire no dia 3 de maio, quando a PF fez buscas na residência de Jair Bolsonaro e prendeu o secretário João Carlos Brecha, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens do Presidente da República, e outras quatro pessoas.
De acordo com a PF, no dia 21 de dezembro do ano passado, João Brecha incluiu as informações falsas no sistema do Ministério da Saúde de que Bolsonaro teria tomado, em agosto e outubro, duas doses de vacina contra a Covid no município de Duque de Caxias.
Seis dias depois, no dia 27 de dezembro, as informações foram excluídas pela funcionária Cláudia Silva, sob a justificativa de “erro”.
Segundo a PF, entre a inserção dos dados falsos e a exclusão, o usuário associado ao então presidente Bolsonaro emitiu o certificado de vacinação no aplicativo do ConecteSUS. No dia 30 de dezembro, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos. O depoimento dele à PF, sobre este caso da fraude no cartão de vacinação, está marcado para a próxima terça-feira (16).
A prefeitura de Duque de Caxias afirmou que instaurou sindicância para apurar os fatos.
A assessoria de Jair Bolsonaro declarou que ele não se vacinou, que desconhece o uso de senhas em seu nome ou para uma suposta vacinação com o objetivo de viajar para os Estados Unidos e que Bolsonaro não precisava da comprovação de vacina para ingressar no país.
A defesa de Mauro Cid informou que só vai se manifestar no processo. O Jornal Nacional não conseguiu contato com Cláudia da Silva, João Carlos Brecha e Célia Serrano.
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