Bolsonaro será condenado em agosto e preso em outubro, avaliam advogados e aliados

247 - A prisão de Jair Bolsonaro (PL) está prevista para acontecer até outubro deste ano, segundo avaliação de advogados de réus da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e de aliados próximos ao próprio ex-mandatário. A expectativa está baseada no andamento acelerado do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, informa Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

A análise dos advogados leva em conta o calendário processual definido pelo Supremo. Na terça-feira (10), foram encerrados os interrogatórios dos oito investigados considerados parte do núcleo central da articulação golpista. A partir disso, abriu-se o prazo de cinco dias para que as defesas solicitem diligências complementares. Os advogados confirmam que farão tais pedidos, mas também esperam que Moraes, como tem feito até agora, indefira todas as solicitações.

Na sequência, o ministro deverá abrir novo prazo de 15 dias para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente suas alegações finais. A expectativa é de que o órgão reforce a necessidade de condenação de Bolsonaro. Concluída essa etapa, será a vez do tenente-coronel Mauro Cid — delator e ex-ajudante de ordens do ex-presidente — entregar suas manifestações. O mesmo prazo será concedido à defesa de Bolsonaro, que buscará sua absolvição.

Segundo o cronograma calculado por juristas envolvidos no caso, essa fase estará concluída entre julho e agosto. Apesar de não haver um prazo definido em lei para que Moraes apresente seu relatório final, os advogados acreditam que isso ocorrerá ainda em agosto, com o julgamento sendo marcado logo em seguida.

Caso condenado, Bolsonaro poderá apresentar embargos em setembro, recurso que, na visão dos especialistas, também será rejeitado. A prisão, portanto, ocorreria em outubro, após o esgotamento das possibilidades processuais.

Nos bastidores, essa perspectiva já é considerada como realista por integrantes do entorno de Bolsonaro e por membros da sua família. Todos trabalham com a possibilidade concreta da condenação e detenção do ex-presidente ainda em 2025.