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Governo recorre ao patriotismo para fazer frente às tarifas de Trump

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a imposição de tarifas de 50% sobre importações de produtos brasileiros, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aposta em resgatar o patriotismo, como resposta à ofensiva norte-americana e de aliados do ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL).

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Os sinais dessa mobilização foram vistos em um evento público do petista no Espírito Santo, na sexta-feira (11/7) — o primeiro após o início das tensões com os EUA. Lula apareceu usando um boné com a frase “O Brasil é dos Brasileiros“, cunhada pelo ministro da Secretaria de Comunicação do Planalto, Sidônio Palmeira. Minutos depois, Lula posou para fotos com a bandeira nacional.


Além disso, o discurso do petista foi quase integralmente dedicado a tratar da crise com os Estados Unidos. Ao longo da fala, Lula criticou Bolsonaro e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela articulação com o governo Trump para alinhar sanções ao Brasil. Ele ainda afirmou que vai “brigar” para reverter a taxação, mas, caso seja mantida, aplicará a Lei da Reciprocidade.


“Este país não baixará a cabeça para ninguém. Ninguém porá medo neste país com discurso e com bravata. Eu acho que, nesse aspecto, vamos ter o apoio do povo brasileiro, que não aceita nenhuma provocação”, disse Lula.


O líder norte-americano alegou que o Brasil não está “sendo bom” para os EUA e afirmou que existe déficit para seu país no comércio bilateral, o que não é verdade.


Mobilização

Paralelamente à retórica do chefe do Executivo, nas redes sociais apoiadores têm mobilizado uma campanha que busca retomar símbolos nacionais que, nos últimos anos, ficaram associados ao bolsonarismo.


O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou a campanha “Defenda o Brasil”, que usa o verde e amarelo e a bandeira nacional em peças publicitárias. A sigla busca atribuir ao ex-presidente Jair Bolsonaro a responsabilidade pela taxação anunciada por Trump. Na sexta (11/7), o termo “Bolsonaro taxou o Brasil” ficou entre os temas mais comentados no X.



O presidente nacional do PT, senador Humberto Costa (PE), disse ao Metrópoles que a sigla tem crescido nas redes sociais, em especial depois do debate da justiça tributária. O partido tem ampliado os esforços para ocupar os espaços digitais.


“Desde debater a justiça tributária, tivemos um crescimento nas redes. Com o debate das tarifas, crescemos mais ainda. Estamos conseguindo, depois de muito tempo, um equilíbrio com as redes sociais. A tendência nossa é ocupar mais espaços”, afirma o senador petista.

Humberto Costa ainda complementa destacando o trabalho realizado por Eduardo Bolsonaro junto ao governo norte-americano em busca de sanções às instituições brasileiras.



“Eu acho que tá mal para eles. Na verdade, você ter um cidadão brasileiro que sai do Brasil para pedir que outro país sancione o seu país tá cometendo o crime de lesa-pátria — e a população tá vendo isso”, finaliza o presidente do PT.


O deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), secretário Nacional de Comunicação da sigla, reforça que a campanha do partido tem como objetivo demonstrar a influência do bolsonarismo na taxação norte-americana, tendo como objetivo chantagear o Poder Judiciário.


“Nosso objetivo é defender o Brasil. Defender nossa indústria. Defender nosso agronegócio. Defender nossa soberania. Essa campanha é para demonstrar que o golpismo do Bolsonaro escalou ao se aliar ao governo dos Estados Unidos para penalizar a população brasileira, com o objetivo de chantagear nosso Judiciário”, pontuou Tatto.

O secretário Nacional de Comunicação PT destacou, ao Metrópoles, que a campanha também expõe os governadores ligados ao ex-presidente que teriam comemorado a sobretaxa imposta por Donald Trump.



“O governo não será o principal atingido por essa taxação, mas sim os trabalhadores nos estados e cidades. Muitos desses locais governados por bolsonaristas que comemoraram a vitória de Trump num primeiro momento e agora comemoram essa chantagem em forma de sanção econômica”, complementa Tatto.

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