Lula recebe Xi Jinping no Palácio da Alvorada e reforça laços estratégicos com a China
- Reinaldo Stachiw
- 20 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na manhã desta quarta-feira (20.nov.2024) o presidente chinês Xi Jinping no Palácio da Alvorada, em Brasília. O encontro marca uma etapa importante na relação bilateral entre Brasil e China, com enfoque em cooperação econômica e coordenação de temas multilaterais, um dia após o encerramento da cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

Xi Jinping chegou à capital brasileira na tarde de terça-feira (19.nov), sendo recepcionado por ministros do governo e pelo grupo de percussão Batalá, que realizou uma apresentação cultural. Após a reunião no Alvorada, está prevista a assinatura de atos bilaterais e uma declaração à imprensa. O líder chinês participará ainda de um almoço com Lula no Alvorada e de um jantar oficial no Palácio Itamaraty, antes de sua partida na quinta-feira (21.nov).
A visita acontece em um momento de consolidação das relações Brasil-China. Em 2023, Lula esteve em Pequim, onde foram firmados mais de 20 acordos em áreas como meio ambiente, agricultura, ciência e tecnologia. A parceria entre os dois países segue fortalecida, sendo a China o principal parceiro comercial do Brasil por 15 anos consecutivos.
Segurança reforçada e simbolismo diplomático
A visita do presidente chinês mobilizou uma grande operação de segurança em Brasília, incluindo monitoramento de redes sociais, bloqueio marítimo do Lago Paranoá e reforço policial em sete pontos estratégicos da capital.
Em artigo publicado na Folha de S. Paulo no último sábado (16.nov), Xi Jinping destacou os 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China, elogiando sua flexibilidade e resiliência em meio às turbulências internacionais. Ele também ressaltou o crescente comércio bilateral, que já coloca a China como uma das maiores fontes de investimento estrangeiro no Brasil.
China e sua influência crescente na América Latina
A China consolidou sua posição como principal parceiro comercial da América Latina, superando os Estados Unidos em quase toda a região. Em 2023, o país asiático importou US$ 104,3 bilhões em produtos brasileiros, garantindo o maior saldo positivo da história para o Brasil, com um superávit de US$ 51,1 bilhões. Isso representou 30,6% das exportações totais do Brasil, evidenciando a força da relação econômica.
Rota da Seda: alinhamento estratégico moderado
Embora a China esperasse anunciar a adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota (Cinturão e Rota), o governo Lula optou por não firmar o acordo, priorizando uma estratégia independente. A gestão brasileira prefere concentrar-se em áreas como investimentos no Novo PAC, transição energética, modernização industrial e integração regional na América do Sul, mantendo o diálogo próximo, mas sem alinhamento direto à estratégia geopolítica de Xi Jinping.
Os laços entre Brasil e China também se fortaleceram por meio de ações conjuntas no Brics e na proposta de resolução para o conflito Rússia-Ucrânia, consolidando uma relação estratégica e multilateral em diversas frentes.
A visita de Xi Jinping reafirma a relevância da parceria sino-brasileira no cenário internacional e abre novas oportunidades de investimentos e cooperação entre as duas maiores economias do hemisfério Sul.
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