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Malafaia defende Bolsonaro e critica imprensa por caso das joias

O pastor Silas Malafaia se pronunciou na tarde desta 5ª feira (9.mar.2023) em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias. Em vídeo publicado em seu canal do YouTube, o pastor critica incessantemente a cobertura da imprensa sobre o tema.


“Fico com vergonha de ver uma imprensa medíocre, parcial e inescrupulosa comandada pela ‘Globo lixo’ num ataque cerrado à figura do ex-presidente Bolsonaro”, diz. “Sabe o que é esse jogo bandido [da imprensa]? É que eles odeiam Bolsonaro”.

O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo defende que não houve qualquer tentativa por parte do presidente ou da primeira-dama em esconder as joias e não colocá-las no acervo.


Segundo Malafaia, um ofício da Receita Federal seria a prova de que não houve crime. Para ele, o documento “derruba qualquer conversa fiada”. Lida pelo pastor em vídeo, a parte final do texto diz:


“Considerando a condição específica do ministro -representante do senhor presidente da república: a inviabilidade da recusa ou devolução imediata de presentes em razão das circunstâncias correntes e os valores históricos, cultural e artístico dos bens ofertados, faz-se necessário e imprescindível que seja dado ao acervo legal adequado”. Leia a íntegra do ofício (73 KB).

Malafaia também relembrou o caso em que um cofre com obras de arte e joias foi descoberto no nome da ex-mulher do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2016. O pastor defende que a atuação frente aos dois casos foi desigual.


Entenda

Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo revelou na última 6ª feira (3.mar.2023) que o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro teria tentado trazer joias ao Brasil sem declarar a Receita Federal. As peças, avaliadas em R$ 16,5 milhões, seriam um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.


O conjunto era composto por colar, anel, relógio e brincos de diamante com um certificado de autenticidade da Chopard, marca suíça de acessórios de luxo.


As peças foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Estavam na mochila de um assessor do então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia), que integrou a comitiva do governo federal no Oriente Médio, em outubro de 2021.


A legislação determina que bens que ultrapassem o valor de US$ 1.000 sejam declarados. No caso, Bolsonaro teria que pagar imposto de importação equivalente a 50% do valor do produto e multa com valor igual a 25% ao total do item apreendido –um total de R$ 12 milhões.


Para entrar no país sem pagar o imposto, era necessário dizer que era um presente oficial para a primeira-dama e o presidente da República. Dessa forma, as joias seriam destinadas ao patrimônio da União.


Segundo a reportagem, o ex-chefe do Executivo tentou recuperar as joias outras 8 vezes, utilizando o Itamaraty e funcionários do Ministério de Minas e Energia e até da Marinha, mas não conseguiu.


Bolsonaro negou a ilegalidade das peças e disse estar sendo acusado de um presente que não pediu e nem recebeu. Michelle também disse não ter conhecimento do conjunto.


Depois da publicação da reportagem do jornal O Estado de S.Paulo que revelou o caso, o ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou uma série de documentos e afirmou que as joias iriam para o acervo presidencial.


Apesar dos ofícios divulgados por Wajngarten, a Receita Federal disse no sábado (4.mar) que o governo Bolsonaro não havia seguido os procedimentos necessários para incorporar as peças ao acervo da União.


Na 3ª feira (7.mar), a PF (Polícia Federal) teve acesso a documento que mostra o 2º pacote de joias vindos da Arábia Saudita listado como acervo privado do ex-presidente. O novo documento contraria a versão de Bolsonaro, que alegou que as joias doadas pelo governo saudita seriam encaminhadas para o acervo da União.


Com a declaração da PF, Bolsonaro confirmou que a 2ª caixa de joias foram listadas como acervo pessoal. No entanto, o ex-presidente seguiu negando a ilegalidade das peças.



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