Ministério da Fazenda aumenta projeção de PIB e inflação para 2025
- Reinaldo Stachiw
- 12 de jul.
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BRASÍLIA - O Ministério da Fazenda aumentou mais uma vez sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano, de 2,4% para 2,5%. A estimativa para 2026 saiu de 2,5% para 2,4%. As informações constam da grade de parâmetros publicada pela Secretaria de Política Econômica (SPE) divulgada nesta sexta-feira, 11.

As projeções da pasta estão acima das medianas do relatório Focus, que indicam alta de 2,23% para o PIB em 2025 e de 1,86% em 2026, conforme documento divulgado na última segunda-feira.
A revisão do PIB deste ano, segundo a SPE, está relacionada principalmente à resiliência do mercado de trabalho no segundo trimestre, levando à expectativa de desempenho melhor que o inicialmente esperado para o consumo das famílias nos próximos meses, apesar da política monetária restritiva.
“O crescimento esperado para a agropecuária também foi revisado para cima, repercutindo principalmente a alta nas estimativas do IBGE para produção de milho, café, algodão e arroz em 2025”, explicou a SPE.
Apesar desse aumento marginal na previsão de crescimento, permanece a perspectiva de desaceleração econômica nos trimestres à frente, segundo a SPE.
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Por setor produtivo, o maior ritmo de crescimento projetado para os serviços e para a atividade agropecuária no ano foi parcialmente compensado pela menor expectativa de expansão da indústria. Para o PIB de serviços, a projeção de crescimento em 2025 subiu de 2,0% para 2,1%.
Para a agropecuária, a expectativa de maior avanço na safra colaborou para a revisão do crescimento esperado de 6,3% para 7,8%. Em contrapartida, dados referentes à produção na indústria de transformação têm vindo abaixo do esperado, motivando a queda no ritmo de crescimento projetado para o setor industrial de 2,2% para 2,0%.
A leve revisão para baixo no crescimento esperado para 2026 repercutiu a previsão de maior expansão do PIB em 2025, além da elevação na expectativa mediana de taxa de juros básica terminal até o fim deste ano. Nos anos seguintes, o crescimento esperado é de cerca de 2,6%, próximo ao potencial, disse a SPE.
Inflação
O Ministério da Fazenda também revisou a sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2025 para 4,9% — acima do teto da meta, de 4,5%. A projeção era de 5,0% no boletim anterior, de maio, e de 4,8% no documento “2024 em retrospectiva e o que esperar de 2025”, publicado em fevereiro.
“A mudança reflete variações menores que as esperadas para o índice nos meses de maio e junho, além de revisões no cenário à frente, condicionadas principalmente pela menor cotação projetada para o real frente ao dólar. Além da expectativa de real mais valorizado até o final do ano, também contribuíram para reduzir a inflação projetada para o IPCA em 2025 a deflação mais acentuada dos preços no atacado agropecuário e industrial e a maior concorrência com produtos importados, repercutindo o avanço da deflação ao produtor na China, diz o boletim.
No cenário considerado, projeta-se redução da inflação de junho a agosto, reversão dessa trajetória em setembro por conta da saída dos efeitos do bônus de Itaipu, e nova redução em seguida, até dezembro. Para 2026, a projeção de IPCA se manteve praticamente constante, em 3,6%, dentro do intervalo da meta de inflação. “De 2027 em diante, espera-se convergência da inflação ao centro da meta”, enfatizou a SPE.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2025, a projeção da SPE passou de 4,9% para 4,7% enquanto a para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi 5,6% para 4,6%. Para 2026, o INPC saiu 3,5% para 3,3% e o IGP-DI, de 4,9% para 5,0%.









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