Operação Retomada desvenda esquema criminoso de invasão de terras e desmatamento na Amazônia
- Reinaldo Stachiw
- 3 de ago. de 2023
- 2 min de leitura

A Polícia Federal deflagrou a Operação Retomada com o objetivo de investigar um esquema sofisticado de invasão de terras pertencentes ao governo federal e desmatamento para a criação de gado na floresta amazônica. A ação resultou no cumprimento de três mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, sendo dois em Novo Progresso, no Pará (próximo à divisa com Mato Grosso), e outro em Sinop. A magnitude das atividades ilegais chamou a atenção das autoridades, e a justiça determinou o bloqueio de R$ 116 milhões, valor mínimo estimado dos recursos florestais extraídos e necessários para a recuperação da área atingida, além do sequestro de veículos, 16 fazendas e imóveis, bem como a indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado. As considerar seguir em andamento para desmantelar completamente a organização criminosa.
As apurações tiveram início quando a PF em Santarém detectou uma extensa área de desmatamento, aproximadamente seis mil hectares, na região de Novo Progresso. Suspeitando de atividades criminosas, os investigadores descobriram que o grupo responsável pelo desmatamento realizou cadastros fraudulentos junto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) em nome de terceiros, principalmente parentes. Em seguida, eles desmatavam as áreas recém-cadastradas, destinando-as à criação ilegal de gado. Essa estratégia tinha como objetivo proteger os verdadeiros responsáveis pela exploração ilegal, dificultando a identificação dos criminosos e direcionando os processos criminais ou administrativos aos participantes sem patrimônio.
Segundo informações fornecidas pela assessoria da PF, as invasões de terras da União realizadas pelo grupo criminoso totalizaram mais de 21 mil hectares, com desmatamento que ultrapassa 6,5 mil hectares de floresta. Essa área desmatada é equivalente a quase quatro vezes o tamanho das Ilhas de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Há indícios de que um único autor seja o principal responsável por essas destruições ambientais. É importante destacar que esses danos têm sido agravados pela ocupação ilegal de áreas próximas a terras indígenas e unidades de conservação, aprofundando os impactos negativos negativos na região.
O líder do grupo suspeito já possui um histórico extenso de autuações e embargos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) por irregularidades em suas atividades. Além disso, as perícias realizadas pela PF indicam que suas ações ilegais também causaram danos ambientais na Terra Indígena Baú.
A Operação Retomada é uma resposta determinada das autoridades na luta contra a invasão de terras públicas e o desmatamento ilegal na Amazônia, buscando punir os responsáveis e evitar danos ainda maiores ao meio ambiente e aos povos tradicionais que habitam a região. A sociedade brasileira aguarda ansiosamente por resultados concretos sobre a aplicação da justiça para coibir tais práticas ilícitas que ameaçam um dos biomas mais importantes e ricos do planeta.
Fonte: Só Notícias (foto: Só Notícias/arquivo)
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